Top 10 dores de advogada previdenciária (a nº 9 foi a pior)

Neste artigo, vou abrir o meu coração com você e te contar minhas top 10 angústias de advogada previdenciarista. Será que você também sente algo parecido?

por Alessandra Strazzi

4 de novembro de 2016

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Olá, herói previdenciarista! Tudo bom com você?

O artigo de hoje é mais um bate-papo. Vou abrir o meu coração com você e te contar minhas top 10 angústias de advogada previdenciarista. E eu queria muito que você comentasse este artigo e me contasse os seus. Dessa forma, saberei que não estou sozinha 🙂

1) Começar na advocacia sem “padrinho” e sem rumo

Pense na dificuldade de abrir uma empresa qualquer. Agora pense o quanto isso se torna mais difícil em um meio onde o órgão regulamentador da classe se recusa a aceitar que a atividade da advocacia é empresarial. Isso deixa os jovens advogados no escuro, sem saber o que eles realmente precisam estudar para ter sucesso com um escritório. Some a isso a ausência de cursos focados neste aspecto.

Hoje eu sei muito bem que não basta ser excelente em conhecimentos técnicos de Direito. Gostaria de ter tido consciência disso no início…

2) A faculdade de Direito que ensina muito pouco de Direito Previdenciário (algumas faculdades nem têm esta matéria na grade curricular).

Eu tive Direito Previdenciário na faculdade. Não posso reclamar, a professora era muito boa. Mas, devido ao tempo exíguo, não tive nem noção do que era realmente o Direito Previdenciário…

Não entendo este preconceito que algumas faculdades têm com o Direito Previdenciário. É um campo de atuação excelente, com ótimo retorno financeiro e possibilidade de ajudar muito aqueles que mais precisam.

Minha sorte foi ter estagiado no Juizado Especial Federal, onde aprendi bastante Direito Previdenciário. Não fosse isso, talvez eu não tivesse escolhido este caminho…

3) A quantidade absurda de matéria e a cobrança para que você saiba tudo, até coisa que não é da sua área (previdenciária, no caso).

“Só sei que nada sei”… Acho que Sócrates estava falando de Direito Previdenciário.

Quanto mais a gente estuda, mas a gente vê o tanto que ainda precisa estudar. É ou não é?

4) As mudanças legislativas constantes e a dificuldade em acompanhá-las.

Precisa comentar? Em época de crise econômica, o bode expiatório é a Previdência e seu “rombo” (sobre isso, recomendo a leitura do meu artigo O rombo da Previdência é uma mentira! O deficit previdenciário não existe.)

Daí nossos governantes, querendo evitar uma impopular reforma da previdência, querem fazer isso a conta-gotas, e criam uma medida provisória / lei toda hora! E nós, advogados previdenciaristas, ficamos igual equilibristas, balanceando prazos, cursos, atendimento a cliente e mais o estudo da mais nova lei que saiu na calada da noite. Aiai…

5) O retorno financeiro demorado.

A grande maioria dos clientes é pobre, de forma que não podemos cobrar consulta ou para dar entrada na ação (ou cobramos muito pouco).

As contas vencem todo mês e uma ação pode demorar muitos anos para dar retorno. Como um advogado que está iniciando sozinho irá manter um escritório e garantir sua subsistência durante esses primeiros anos?

Eu, particularmente, consegui superar isso através dos cálculos previdenciários, pois consegui alguns escritório de advocacia como clientes, que terceirizam seus cálculos para mim (ou seja, recebo assim que termino o serviço). Mas, mesmo assim, não foi, e não é, fácil.

6) A desconfiança dos clientes

A maioria das pessoas acredita que a maior parte dos advogados é desonesta e que tiraria vantagem delas, se pudesse. Isso é algo que me deixa realmente muito triste.

7) A captação de clientes.

É um tabu… É muito difícil saber o que pode ou o que não pode ser feito no marketing jurídico. Ao mesmo tempo, como se tornar conhecido sem o marketing? Como fazer com que os clientes desconfiados que acham que você é desonesto confiem em você?

8) O medo de perder um prazo…O medo de fazer uma “caca” no processo de um cliente e não poder consertar.

A solução para isso é estudar muito (sempre) e minimizar a possibilidade de erro mas, mesmo assim, estamos todos sujeitos a isso. Ninguém é perfeito.

9) Não ter segurança para calcular o valor do benefício do cliente e depender do simulador do INSS.

Ou também não saber dizer se o benefício do meu cliente merece uma revisão ou não, por não saber calculá-lo.

Este era um problema que me angustiava MUITO. Eu já o superei há muito tempo e isso me deixa muito aliviada. Mas quis deixar esta dificuldade registrada aqui, pois já foi realmente uma angústia muito grande para mim.

[Obs.: Caso você tenha dificuldade com cálculos previdenciários, recomendo a minha palestra online e gratuita , atualizada na versão 2017:“Como dominar cálculos previdenciários e faturar até 2 vezes mais”. Saber calcular corretamente o valor do benefício do cliente é um atributo essencial a qualquer advogado previdenciarista. Para inscrever-se na palestra, clique no link: _ _Palestra Online_]_

10) Ficar horas na fila do INSS para fazer um simples protocolo de petição.

E ter que ficar mais tantas horas para protocolar uma petição de outro cliente, porque não aceitam que uma mesma senha seja utilizada para mais de um serviço.

É isso… Essas foram as minhas top 10 angústias de advogada previdenciarista. Claro que existiram outras, mas acredito que essas são as que mais me atingiram.

E você? Sente algo parecido? Tem alguma outra coisa te angustia e não está nesta lista? Eu gostaria muito de saber isso!

Fico aguardando seus comentários, ok?

Alessandra Strazzi

Alessandra Strazzi

Advogada por profissão, Previdenciarista por vocação e Blogueira por paixão.

OAB/SP 321.795

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